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Psicoterapia no masculino: para além do gênero, a subjetividade como ponto de partida

Em meu último artigo por aqui, abordei algumas barreiras iniciais enfrentadas por homens que buscam pela psicoterapia, dentre elas: a dificuldade de falar de si, o olhar utilitarista sobre a psicoterapia e o medo de que a psicoterapia vá mudar sua essência. Para quem não leu, fica o convite para visitar o texto anterior.  Neste texto, pretendo abordar alguns movimentos comuns esperados para aqueles homens que já venceram a barreira inicial de procurar a psicoterapia e encontram-se engajados em seus

Terapia para homens: falar de si e se despir de defesas

O encontro consigo mesmo talvez seja o mais temido dos encontros. O medo de aproximar-se de si, de encarar frente a frente sombras e sóis, está presente em nós, seres humanos. O encontro consigo mesmo é um convite para transpor barreiras, se despir de defesas e de máscaras e de mergulhar no que se é. O chamado é para um movimento subjetivo, que inclui olhar para si, se permitir ouvir, falar e sentir. No entanto, no caso dos homens, o

Caminhos para afinar expectativas entre trabalhadores e empresas na era do quiet quitting

“Para Platão, as principais matérias a serem ensinadas aos jovens eram sobretudo ginástica, que harmoniza o corpo, e música, que harmoniza o espírito.” (Domenico De Masi, em O ócio criativo) Para encontrar caminhos possíveis e capazes de afinar as expectativas entre trabalhadores, trabalhadoras e as empresas, retomo as reflexões sobre os dois grandes fenômenos atuais que atravessam o mundo do trabalho: quiet quitting e great resignation. Começamos essa discussão no último artigo, compartilhado aqui no meu blog e, agora, seguimos

Quiet quitting e great resignation: dois fenômenos do mundo do trabalho que convocam à mudança

“Resolvam não servir mais, e serão imediatamente libertados. Não peço que coloquem as mãos sobre o tirano para derrubá-lo, mas simplesmente que não o apoiem mais; então o observarão, como um grande Colosso cujo pedestal foi arrancado, cair de seu próprio peso e quebrar-se em pedaços”. (O Discurso da servidão voluntária, de Étienne de La Boétie) Subverter a ordem que vigora. Subverter a ideia que impera. O mundo do trabalho é atravessado por dois grandes fenômenos, o quiet quitting e

Psicoterapia: acolhimento e prática de liberdade para encontrar a si em meio ao mundo

“Aceitar a conscientização como horizonte não exige tanto mudar o campo de trabalho, mas a perspectiva teórica e prática a partir da qual se trabalha.” (MARTÍN-BARÓ, 1997:7) Percebi que já era hora de escrever novamente sobre psicoterapia. Na verdade, talvez seja sempre hora de falar sobre psicoterapia, pois percebo que ainda pairam muitas concepções equivocadas, tanto na forma como a psicoterapia é divulgada por profissionais que acompanho, como no discurso e expectativas de alguns clientes. Desse modo, este texto tem,

As relações sociais no trabalho: subjetividade e afetos em jogo

O trabalho e as relações sociais tecidas por ele. Há alguns meses me pediram para escrever um texto sobre este assunto e seus desdobramentos. Confesso que, diante dessa demanda, fiquei animado e paralizado ao mesmo tempo. Animado, porque trata-se de um tema ao qual me dedico desde meu início na psicologia. Paralizado, porque é um tema tão complexo, com tantas interfaces, que fiquei sem saber por onde começar.  Decidi, então, costurar este artigo a partir do compartilhamento de algumas reflexões